Pagot, Maggi e PR teriam negociado com o Planalto

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Diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot teve cerca de 12 horas – tempo que duraram seus depoimentos no Senado, na terça (12), e na Câmara Federal, nesta quarta-feira (13) – para esclarecer as denúncias de que o órgão que (ainda) comanda é um antro de corrupção. 

Mas, não o fez. "Entrou [nas casas legislativas] rugindo como um leão feroz, mas acabou como um ratinho, bem manso", na opinião da jornalista Eliane Cantanhêde, do jornal Folha de S. Paulo. Em sua participação no telejornal "Globo News em Pauta", na noite desta quarta, a jornalista disse que a principal suspeita é de que Pagot mudou da água para o vinho após negociar com o Palácio do Planalto.

Em meio às denúncias de que o Ministério dos Transportes teria montado um esquema de superfaturamento de obras públicas e de pagamento de propinas por meio de empreiteiras, Pagot "rugiu como um leão". Deixou claro que, se caísse, levaria junto muita gente boa – inclusive, e principalmente – do Governo e do PT, por extensão.

Para Eliane Cantanhêde, parece não haver nenhuma dúvida de que o diretor do DNIT "amansou" por influência do seu padrinho político, o senador Blairo Maggi (PR). O ex-governador teria botado "panos quentes", o que remeteria a uma negociação entre o ex-governador de Mato Grosso, o afilhado e o Palácio do Planalto.

"O que foi negociado entre as partes é que é a grande dúvida. Em negociações desse quilate, não se dá nada de graça. Tem um preço e comporta, até mesmo, chantagem", disse a jornalista. Ela se referia ao fato de Pagot ameaçar "explodir" e, no final, se limitar a discorrer sobre questões técnicas do DNIT e dispensar fartos elogios à presidente Dilma Rousseff.

Para a jornalista, uma vez que está em férias e não foi demitido oficialmente, Pagot poderia ter negociado sua permanência no cargo. "Se a presidente Dilma deixá-lo no DNIT, ela estará reabrindo uma ferida. Como ela vai explicar tudo isso?", observou Eliane Cantanhêde, lembrando que o republicano mato-grossense foi afastado pela própria Dilma justamente em função das denúncias de corrupção no órgão.

Férias e demissão

Como a jornalista da Folha e da GloboNews, a própria cúpula do PR, partido ao qual Pagot é filiado, considera que a permanência dele no DNIT é inviável, que sua situação é insustentável. Os prognósticos são de que ele será demitido. 

Bem a propósito, um dos líderes da legenda, o senador Clésio Andrade se antecipou e, nesta quarta-feira, reivindicou o comando do órgão para Minas Gerais. Para analistas, o pleito é pertinente, considerando que o Estado detém a maior malha viária do Brasil.

As férias de Luiz Antonio Pagot terminam no dia 4 de agosto próximo. Até lá, fica a dúvida: afinal, o que ele, Blairo Maggi e o PR negociaram com o Palácio do Planalto?

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