O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Romoaldo Junior criticou o perfil do diretor afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot.
"Pessoalmente, nunca admirei o estilo do Pagot. Sempre foi marcado pelo estrelismo e não respeitava as lideranças. Se intitulava totalmente articulado politicamente, quando na verdade não passava de nada disso", declarou.
O parlamentar lembrou um episódio que considera trágico a respeito da participação de Pagot na política de Mato Grosso.
"Lembro que Pagot assumiu o comando do governo por 30 dias no primeiro mandato do Blairo Maggi e saiu disparando críticas ao Dante de Oliveira falando na existência de uma caixa-preta. Pela sua história, o ex-governador merecia mais respeito", declarou.
Apesar disso, o parlamentar acredita que a saída de Pagot do Dnit prejudica, em parte, os interesses de Mato Grosso na relação com o governo federal. "Há muitas obras em andamento e o projeto de melhoria das rodovias federais e duplicação de estradas. Mato Grosso perdeu um dos defensores dos seus interesses, as obras naturalmente vão andar, mas, não terão o mesmo ritmo".
Histórico
Enquanto permaneceu em Mato Grosso, Pagot foi considerado homem forte do governo Blairo Maggi (PR), assumindo a chefia da Casa Civil e as secretarias de Educação e Infraestrutura.
Sua saída do Dnit, órgão que controla R$ 15 bilhões de reais anuais e é responsável por obras nas rodovias federais, frustrou setores da classe política de Mato Grosso que, em tom exagerado, mencionou até a possibilidade de Cuiabá perder a condição de sub-sede da Copa do Mundo de 2014.
A queda de Pagot se deve a uma reportagem publicada na revista Veja, na qual o Partido da República (PR) é acusado de cobrar propina de 4% a título de consultoria aos empreiteiros em troca de sucesso nas licitações.
O operador do esquema seria o deputado federal por São Paulo, Valdemar da Costa Neto (PR) que despachava com empreiteiros na sala de Pagot. Ele é um dos reús no processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
A montagem do esquema de corrupção funcionava, segundo a publicação, no Dnit e na Valec, estatal que controla as concessões das ferrovias brasileiras.