A suspeita de um esquema de corrupção que culminou no afastamento de Luiz Antônio Pagot da direção geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), para analistas políticos, reduz a possibilidade de o senador Blairo Maggi (PR) assumir o Ministério dos Transportes, a partir de 2012.
Embora não seja admitido publicamente, Maggi era o nome preferencial do Palácio do Planalto para assumir o ministério, cuja tendência seria continuar com o Partido da República (PR).
O atual ministro, Alfredo Nascimento – que, com o escândalo no DNIT, está no olho do furacão -, já tinha comunicado á presidente Dilma Rousseff que iria permanecer somente um ou dois anos no cargo para, logo depois, se dedicar à política partidária. Ele é senador pelo Estado do Amazonas.
Candidato derrotado ao Governo do Amazonas em 2010, a meta de Nascimento seria montar uma forte base de aliados, com vistas à eleição de 2014, quando pretende concorrer novamente ao Executivo em seu Estado de origem.
Toda a movimentação vinha sendo mantida em sigilo, mas foi revelada ao Midianews por uma fonte da cúpula do PR, que prefere se manter no anonimato.
A ida de Maggi ao Ministério dos Transportes já era comemorada por setores políticos de Mato Grosso, que vinham alinhavando "dobradinha" com Luiz Pagot, com projetos mirabolantes, como o de resolver os problemas de infraestrutura das rodovias do Estado de Mato Grosso.
Ao mesmo tempo, abriria vaga no Senado ao primeiro suplente José Aparecido dos Santos, o Cidinho, que também é filiado ao PR.
Enquanto ministra da Casa Civil, em 2010, Dilma Rousseff veio a Mato Grosso e convidou Blairo Maggi para ser um dos coordenadores de sua campanha presidencial, o que foi rechaçado pelo argumento de que não seria possível conciliar a atividade com a sua campanha ao Senado.
Nas primeiras conversações para a composição ministerial, o nome de Maggi foi lembrado para o Ministério da Agricultura. Porém, o republicano descartou o cargo, por conta de suas ligações com o agronegócio, o que poderia gerar dúvidas a respeito de suas ações.
Agora, citado no escândalo do "Dossiê dos Aloprados" e com o PR envolvido em escândalo no Ministério dos Transportes, a tendência é de que Maggi recuse cargos de primeiro escalão do Governo Federal, para evitar novos desgastes de imagem.