O Inca (Instituo Nacional do Câncer), vinculado ao Ministério da Saúde, decidiu ampliar de 59 para 64 anos a idade limite para que as mulheres façam o exame preventivo que rastreia o câncer de colo de útero – teste conhecido como papanicolaou. A idade para as mulheres começarem a fazer o exame é de 25 anos.
O anúncio, que será feito na tarde desta segunda-feira (4) pelo secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, faz parte das novas diretrizes nacionais para o rastreamento do Câncer do Coloco de Útero. Outra medida recomenda que o intervalo entre os exames deverá ser de três anos, mas somente após dois exames negativos com intervalo anual.
O exame de papanicolaou identifica lesões que antecedem o câncer, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva. A coleta de material deverá ser feita a partir dos 25 anos de idade. Os exames preventivos devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
No caso das mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame, devem ser feitos dois preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois resultados forem negativos, essas mulheres poderão ser dispensadas de exames adicionais.
Segundo a ginecologista Flávia de Miranda Corrêa, técnica da divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Inca, a ampliação da faixa etária para o rastreamento do câncer do colo do útero segue a tendência internacional relacionada ao aumento da longevidade. Hoje as brasileiras têm expectativa de vida até os 76 anos.
O câncer do colo do útero é o segundo tumor mais frequente entre mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Também é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos, conforme as estimativas do Inca.
As novas diretrizes foram elaboradas pelas seguintes instituições: Inca, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IGUFRJ), Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC) e Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
O texto foi disponibilizado para consulta pública no período de 21 de fevereiro a 23 de março de 2011 e, logo após a incorporação das contribuições dadas pelos profissionais de saúde, foi realizada a revisão final para o lançamento das novas diretrizes.