O advogado Flávio Bertin Filho irá acionar judialmente o banco Itaú e a empresa de segurança privada Brinks como co-responsáveis pela morte do empresário Adriano Henrique Maryssael de Campos, que tinha 73 anos.
Adriano foi morto com três tiros ao sair da agência do Itaú localizada na avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá. O crime aconteceu na terça-feira passada (21). O segurança, réu confesso, fugiu depois de efetuar os disparos e se apresentou hoje (27) à Polícia, onde prestou depoimento.
Bertin acredita que o a empresa Brinks deve ser responsabilizada, uma vez que disponibilizou uma arma de fogo para um vigilante com três meses de serviço.
"A Brinks deve ser acionada judicialmente por ter colocado uma arma na mão de uma pessoa que mostrou total despreparo. Colocando uma arma na mão desde funcionário, com menos de três meses de experiência, acabou resultando na morte de uma pessoa idosa e de boa índole", argumentou o advogado.
O Banco Itaú também deve ser acionado judicialmente pela família do empresário Adriano. "O banco também pode ser considerado responsável pela morte do Adriano. Pelo fato de ter contratado uma empresa de segurança que possui funcionários desqualificados expondo os clientes ao perigo. Não é possível esse tipo de comportamento, uma pessoa idosa ser morta pelas costas, com três tiros, preso em uma porta giratória, é uma maldade sem fim", revelou.
Segundo o advogado, até o momento, nem o Itaú e nem a Brink Segurança procuraram a família da vítima para esclarecimentos ou pelo menos para uma mensagem de apoio. Bertin Filho revelou que está acompanhando todo o inquérito da Polícia Civil, para que possa analisar da melhor forma quais as responsabilidades da empresa e da instituição bancária.
Na ação civil que a família deve ingressar serão cobrados os danos morais, materiais e de imagem, uma vez que o assassinato do empresário expôs a família e o restaurante que carrega o nome do empresário. O advogado disse que serão acrescidos todos os danos materiais, já que o estabelecimento comercial, que é o sustento familiar, está fechado desde o dia do homicídio.
"Estou reunindo documentos e vou fazer um levantamento para saber qual o tamanho do dano material e de imagem que a família teve com o assassinato do Adriano. Estou acompanhando a construção do inquérito policial para que nada passe despercebido", falou.
Em liberdade, suspeito é réu confesso
O vigia Alexsandro se apresentou à Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã de hoje (27), em companhia do seu advogado de defesa. Depois de prestar depoimento por cerca de duas horas ao delegado Antônio Carlos Garcia, Alexsandro saiu pela porta da frente e voltou para casa.
O vigia tentou justificar a violência no assassinato de Adriano por estar sofrendo discriminação e preconceito por parte do empresário. Em depoimento, ele disse que as agressões verbais aconteciam há pelo menos um mês. Segundo o segurança, o empresário se irritava quando a porta giratória travava.
Além disso, o vigia sustenta que era xingado pelo empresário com palavras como "vagabundo", "macaco preto" e "preguiçoso".
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, o Itau informou apenas que "está consternado com a fatalidade ocorrida em uma de nossas agências. O banco prestará apoio incondicional aos familiares da vítima e apoiará a Polícia e autoridades em todos os procedimentos necessários para esclarecimento dos fatos".
A Brinks informou que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o caso.
Confira a entrevista concedida pelo advogado Flávio Bertin Filho, que defende a família do empresário assassinado