A prisão de quatro mulheres com documentos falsos, durante uma visita à Penitenciária de Pascoal Ramos, em Cuiabá, levou a Polícia a reforçar as suspeitas de que muitas visitas ao local se transformaram em disfarce para garotas de programas.
Pelo suposto esquema, elas faziam a inscrição para visitar determinado detento, mas terminavam mantendo relações sexuais com outros detentos.
Foram presas Michelly Bispo da Conceição, 19, Adriana Almeida de Campos, 23, Fernanda Pereira da Silva, 28, e Tatiana da Silva Bezerra, 19. As quatro apresentaram as Carteiras Individuais de Visita (CIVs) falsas. A prisão ocorreu na quarta-feira (9), no final da visita.
Segundo um agente prisional, as mulheres seriam agenciadas por uma pessoa comum que, muitas vezes, nada cobraria pelo serviço. Elas seriam contatadas por presos, que ligariam para esse agenciador de dentro do presídio. Este, por sua vez, combinaria com as mulheres sobre quem faria as visitas e providenciariam as carteiras falsas.
As quatro mulheres presas ontem foram levadas para o plantão metropolitano, onde foram autuadas em flagrante por uso de documento falso.
“Não sabemos qual o valor cobrado, mas paga-se uma determina quantia para as garotas, que não fazem somente um programa. Dessas três, uma não mora em Cuiabá, chegou há duas semanas, aumentado as suspeitas do esquema”, disse um agente prisional.
Checagem
No interrogatório, as mulheres estranharam se tratar de documentos falsos, alegando que foi a própria penitenciária quem forneceu os documentos, uma vez que teriam parentes presos. Michelly Conceição, por exemplo, explicou que visita o marido preso há vários anos e não faria parte do suposto esquema.
O esquema foi descoberto quando o chefe de Segurança e Disciplina da Penitenciária de Pascoal Ramos, Ewerton Gonçalves, que dava apoio na entrada aos visitantes, descobriu que Fernanda Silva estava com uma CIV falsa.
Como o fluxo de pessoas é grande no dia de visitas, os agentes resolveram fazer uma checagem minuciosa nas carteiras, no momento da saída.
