O executivo Eder de Moraes se apresenta cada vez mais como "coringa" do governo Silval Barbosa. Mesmo fora do quadro de secretários, o presidente da Agecopa, com a experiência de quem já presidiu o MT Fomento e comandou as pastas da Fazenda e Casa Civil, está à frente das negociações da restruturação das dívidas do Estado e adianta que o banco vencedor poderá centralizar a movimentação das contas do governo. Hoje, quem cuida das contas oficiais é o Banco do Brasil. São nada menos que R$ 12 bilhões anuais de uma administração que dispõe de uma carteira com quase 100 mil clientes, que são servidores públicos.
Segundo Eder, essa "costura" permitirá a redução das taxas de juros. Explica que o contrato realizado por 10 anos, como está aprovado, ao aglutinar as contas seria possível equalizar para baixo os juros. Prevê uma queda de 18% para 12% ao ano. Essa abertura motiva instituições bancárias gigantes do sistema financeiro, como Bradesco e Santander, a entrar na briga. Como a modalidade aprovada pela Secretaria do Tesouro Nacional é uma operação de empréstimo, evitando-se o lançamento de bonds (títulos externos), o engenheiro financeiro do governo conseguiu mais uma forma de reduzir taxas de juros. A proposta agradou o governador Silval.
Segundo o Palácio Paiaguás, o Banco do Brasil, que explora as contas oficiais, tem sofrido influência do próprio Tesouro Nacional, ou seja, não vem respondendo na velocidade que o Estado precisa e ainda apresenta limitações por ser banco público. Não pode financiar o próprio ente federado, a União. Na relação de montante a ser emprestado com o patrimônio líquido, o Bradesco avisou que tem sobras para realizar a operação. São necessários R$ 4 bilhões para restruturar todos os contratos. A tendência é do BB perder as contas oficiais para banco privado, que ficaria também com as contas do governo.