Associação dos Criadores de Mato Groso (Acrimat) reuniu na
sua 15ª webinar dois dos mais experientes pecuaristas do estado, Amarildo
Merotti e Aldo Rezende Telles, para debater o tema “Suplementação na recria e
engorda: o que preciso saber para ganhar mais dinheiro” com o reconhecido
zootecnista Flávio Dutra de Resende, coordenador do projeto Boi 777 e dono de
um dos currículos mais laureados da área.
Amarildo, vice-presidente da Acrimat, é reconhecidamente um
dos produtores de maior êxito não só de MT, mas do país. Um entusiasta da
atividade pecuária, Merotti possui três propriedades com mais de 4,5 mil
hectares. Nelas, foca na recria e na terminação bovina de gado nelore, e criou
um sistema de engorda eficiente que o possibilita atingir 22 arrobas no abate.
“Nas minhas fazendas, eu abato o bovino com dois anos e 22
arrobas. Isso é produtividade. Somos muito mais eficientes do que outros
países, pois produzimos mais em menos área”, destaca o vice-presidente da
Acrimat.
Aldo Rezende é um dos diretores da Acrimat e dono de três
propriedades em MT, a mais recente adquirida no município de Poconé. “Nosso
ramo é um ramo difícil, e quem vence na agropecuária é um guerreiro que
venceria em qualquer outra atividade”, avaliou.
Sobre sua trajetória, disse: “antes eu gerenciava meu
negócio no ‘olhômetro’, mas há pouco mais de cinco anos percebi a necessidade
da assistência técnica, da capacitação, dos estudos, aconselhado por pessoas
como o Amarildo; e hoje, com auxílio de uma empresa especializada com meus
filhos estão a frente da administração de nossos negócios, obtivemos maior
sucesso em nossa atividade”.
SUPLEMENTAÇÃO
Flávio Dutra iniciou sua explanação destacando que ele,
assim como seus colegas de profissão, que trabalham com números, baseados em
pesquisas, com intuito de apontar ao pecuarista qual caminho seguir. “Mas eu
quero chamar atenção para algo que vejo como grande problema da pecuária hoje
no Brasil, que é a falta de gestão nas fazendas. Então primeiramente temos que
ter um planejamento”.
Após essa introdução, Dutra disse que entrando na recria, é
essencial que o pecuarista já tenha quais estratégias ele vai usar. “E para a
gente hoje já está muito bem desenhado quais são essas estratégias: se eu
peguei um bezerro no período da seca, eu tenho que colocar ele, normalmente
entre o final de junho até outubro, ele estando no pasto, ter uma meta de pelas
duas arrobas, porque se eu não ‘colocar’ essas arrobas no bezerro nessa fase,
dificilmente eu vou conseguir diluir esse ágio”. A seguir, disse que o problema
é conseguir colocar essas arrobas no período da seca, e mesmo com ferramentas
para isso, como o aumento do uso de ração, porém o resultado é um custo de
arroba engordada mais cara.
Adiante, os participantes falaram sobre a suplementação de
bovinos em pastejo como alternativa viável, complementando o déficit de
nutrientes que os pastos apresentam em algumas fases do ano; uso de sistemas de
produção eficientes que atendam às exigências nutricionais dos animais na
recria em até 12 meses, iniciando a fase de terminação com animais mais pesados
e consequentemente abatendo animais jovens (até 24 meses) e com carne de
qualidade, através do uso de tecnologias; compreensão da importância da
nutrição adequada na recria, bem como a importância da mesma para o sucesso do
sistema de produção.
Abordaram ainda quais os principais desafios dentro do
sistema de produção a pasto, e como suprir adequadamente as exigências
nutricionais do animal ao longo das diferentes fases de crescimento, e como
lidar com o pasto, quando este apresentar limitações nutricionais em
determinadas épocas do ano, como na época da seca.
Dentre os diversos pontos abordados, os participantes da
live retomavam discussões em torno de sistemas de produção de bovinos baseado
em pasto que buscam aprimorar o desempenho animal, aumentando seu ganho por
área, utilizando de forma racional os recursos ao dispor do pecuarista, tendo
em vista que a produtividade e o nível de desempenho podem ser incrementados
com a adoção de tecnologias como suplementação e manejo do pasto, uso de
aditivos e melhoria genética do rebanho, entre outros.
Assessoria