Na Justiça, investidor diz que Mattos humilhou Valdívia e ironiza salário de Dudu

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O investidor Osorio Furlan Júnior contra-atacou o Palmeiras na Justiça. Após o clube afirmar que o empresário fez um “mau investimento” por ajudar o clube a repatriar o meio-campista, o conselheiro rebateu.

Em ação que corre na 9ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, o empresário cobra R$ 15 milhões por perdas e danos na negociação do meia Valdívia com o futebol árabe. E afirmou que se ofereceu até para pagar o salário do atleta para ele continuar no Palmeiras.

Em documento enviado à Justiça na semana passada e visto pelo ESPN.com.br, Osório afirma que tentou várias vezes participar das negociações por renovação contratual de Valdívia com o Palmeiras, mas afirma que foi ignorado pela diretoria do clube. E atacou.

“Quando o Palmeiras, estranhamente, não renovou seu contrato, o atleta estava no auge de sua carreira, sagrando-se campeão da Copa América pelo Chile. O autor (Osório) ofereceu-se para pagar o salário do jogador, podendo provar essas ofertas mediante testemunhos. Mas a contestação (enviada pelo clube) reitera que Osório ‘não poderia participar das reuniões entre o atleta e o clube’ e que este relacionamento era sigiloso. Quanta ignorância”, declarou.

“O Palmeiras não renovou por desídia ou má fé, posto emergir estranha a simples aceitação do fim do contrato, apesar da proposta do autor (Osório) de complementar a diferença entre o exigido pelo atleta e a proposta do clube. Tudo isso à distância, porque lhe fora negado o direito de participar dessas negociações. Pior: o atleta – simplesmente – queria as mesmas condições do contrato anterior, nem solicitou aumento”, acrescentou Furlan Júnior.

MATTOS

A petição enviada por Osório diz que o investidor possuia péssima relação com o diretor Alexandre Mattos, a quem o conselheiro disse ter “humilhado” o jogador.

Isso é mostrado em alguns trechos do documento, como quando o empresário diz que “o diretor de futebol queria dividir o salário do craque por quatro”, e que “o bazofeiro ‘lançou ao ralo’ a ingente importância de R$ 30 milhões. E foi ao ralo, humilhado pelo diretor de futebol, que – estranhamente – não renovou o contrato no auge da carreira de Valdívia, um dos quatro melhores jogadores da Copa América, vencida pelo Chile”, escreveu Osório.

“(O Palmeiras) Quis obrigar o atleta a aceitar a falácia de contrato por produção. A importância (investida na contratação do meia) ‘vazou pelo ralo’ em fevereiro de 2015, mediante pueril administração do patrimônio do clube por funcionário bazofeiro”, continua o conselheiro, referindo-se ao diretor de futebol.

O que ocorre é que Alexandre Mattos queria que Valdívia renovasse com contrato de produtividade, o que reduziria bastante o salário fixo do jogador, que passou mais tempo lesionado do que em campo durante sua segunda passagem pelo Palmeiras.

DUDU

À Justiça, Osório ainda detonou a contratação do meia-atacante Dudu.

“Néscios, com salários equivalentes à remuneração de mais de dois mil trabalhadores, contratam pela ingente soma de vinte milhões de reais um tal… Dudu, e o remuneram 50% acima do salário que Valdívia percebia, considerando-se que este já fazia parte do elenco, e – estranhamente – deixaram ‘ir pelo ralo'”, expressou.

“Claro que a presente ação não discute o mérito de jogadores, comparar jogador adquirido ‘como ouro’, somente para evitar que Corinthians ou São Paulo contratasse, e remunerado 50% acima do solicitado por Valdívia à renovação do contrato, tampouco o cerne desta ação resvala em qualidades de jogadores, aliás, tão distintas”, concluiu.

AL-WAHDA

Furlan também insinuou a ida de Valdívia ao futebol árabe – o meia está no Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos.

“Os néscios dirigentes da ré ‘deixam escapar pelo ralo’ a soma de R$ 30 milhões, patrimônio do clube e do autor. Esta história está mal-contada, o ‘passe’ do Valdívia foi grautitamente parar nas mãos dos árabes… Isto no ‘país da corrupção'”, afirmou o conselheiro alviverde, na petição.

“E taxam a propositura da ação mediante predicado de litigância de má fé. De quem? Por isso a inicial queda-se confusa, porque discute o direito, não homenageia fofocas tolas. Essa a qualidade dos ensinos jurídicos em nosso país. Aliás, do ensino, apanágio da famigerada ‘era Lula'”, continuou.

JOGATINA

Por fim, Osório afirma que o Palmeiras descumpriu várias cláusulas do acordo que mantinham e que seus advogados insistem no termo investimento em detrimento de capital, investimento como se fosse contrato de risco, bilhete de loteria ou apólice de seguro acidentes

“O Palmeiras tenta impingir sinonímia aos termos investidor e investimento a risco total, como se o investimento emergisse a bilhete de loteria; quando, a melhor semântica a investimento queda-se à produção – necessária – de bons frutos. O termo investimento está mais afeto a esperança, à (do que) jogatina”, definiu o conselheiro.

“O Palmeiras, somente após a perda dos direitos econômicos, em junho de 2015, enviou carta ao autor noticiando a sua ‘intenção’ de não renovar com Valdívia. Ora, naquela oportunidade Palmeiras e Osório já haviam perdido os direitos econômicos sobre o atleta, porque teriam renovar contrato seis meses antes de seu término, ou seja, até fevereiro de 2015. Por isso o Barcelona intenta renovar com Neymar três anos antes do vencimento de seu contrato, é o fenótipo profissional de seus dirigentes, inexistente no Brasil”, finalizou.

Furlan ajudou a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo a contratar o meia ao adquirir 36% de seus direitos econômicos, investindo R$ 6 milhões. Na Justiça, o empresário quer indenização por quebra de contrato.

OUTRO LADO

Procurado, o Palmeiras disse que não vai comentar o caso.

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